Você se depara com uma situação similar quando seus filhos chegam à adolescência. Da noite para o dia, parece que o clima mudou. O menino que não saía do seu lado agora prefere a companhia de colegas. A menina que antes não via a hora de lhe contar como tinha sido seu dia agora lhe dá apenas respostas curtas.
Você pergunta: "Como foi seu dia na escola?"
Ela responde: "Normal."
Silêncio.
Você pergunta: "No que você está pensando?"
Ela responde: "Em nada."
Mais silêncio.
O que aconteceu? Não faz muito tempo, era como se você estivesse acesso livre aos bastidores da vida de seu filho. Agora o melhor que você pode esperar é ter um lugar na plateia, e provavelmente um lugar ruim.
Será que o jeito é se conformar com esse distanciamento? Não, de forma alguma. Você pode manter um relacionamento achegado com seus filhos durante a adolescência. Mas, primeiro, você precisa entender o que realmente está acontecendo durante essa fase, que é fascinante e ao mesmo tempo turbulenta.
Da adolescência para a vida adulta
Houve uma época em que os pesquisadores achavam que o cérebro de uma criança estaria praticamente desenvolvido aos 5 anos de idade. Hoje eles acreditam que, embora haja poucas mudanças no tamanho do cérebro depois dessa idade, o mesmo não acontece com seu funcionamento. Quando os jovens entram na puberdade, inicia-se uma revolução hormonal que muda sua maneira de pensar. Por exemplo, as crianças pequenas geralmente veem as coisas de maneira concreta e óbvia. Já os adolescentes tendem a pensar de forma abstrata, avaliando os fatores por trás de uma situação. Eles formam suas próprias convicções e não têm medo de falar o que pensam.Quando criança, os filhos obedecem ordens sem questionar. Bastava ouvir um "porque sim", e obedecia sem questionar. Agora que é adolescente, ele quer saber os motivos, e talvez até questione os valores da família. Às vezes, a postura firme dele parece rebeldia.
Mas não conclua que a intenção de seu filho adolescente é descartar seus valores. Ele pode estar apenas tendo dificuldade em adotar os valores dos pais, tentando ajustá-los à vida dele. Para ilustrar, imagine que você está mudando de casa e está levando todos os seus móveis junto. Seria fácil encontrar um lugar para cada móvel na nova casa? Provavelmente não. Mas uma coisa é certa: você nunca jogaria fora nada que considerasse valioso.
Seu filho adolescente passa por algo parecido ao se deparar para a hora em que "deixará seu pai e sua mãe." É verdade que esse dia pode estar muito longe; seu filho ainda não é um adulto. De certa forma, porém, ele já está fazendo as malas. Durante a adolescência, ele está decidindo quais deles levará para a vida adulta.
A ideia de ver seu filho tomando esse tipo de decisão pode deixar você apavorado. Mas uma coisa é certa: quando ele se tornar adulto, seguirá apenas os valores que são valiosos para ele. Por isso, agora, enquanto seu filho ainda mora com você, é o tempo para ele analisar bem os princípios que guiarão sua vida.
Na verdade, é bom que os filhos façam isso. Afinal, se agora eles aceitam os padrões dos pais sem questionar, mais tarde talvez aceitem ingenuamente os padrões de outros. Lembre-se: Jovens sem convicção podem ser "arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas."
Como você pode evitar que isso aconteça com seu filho? Certifique-se de que ele esteja equipado com as seguintes três ferramentas:
1. Faculdades perceptivas: As pessoas precisam ter suas faculdades perceptivas treinadas. Embora as crianças consigam obter algum conhecimento do que é certo e errado, os adolescentes precisam 'se desenvolver plenamente na capacidade de entendimento'. Você não quer que seu filho obedeça cegamente, mas que saiba raciocinar à base de princípios sólidos.
Um modo é deixá-lo se expressar. Não o interrompa e esforce-se ao máximo para não exagerar sua reação - mesmo que ele disser algo que você não quer ouvir. Se você ouvir com atenção, conseguirá descobrir o que realmente preocupa seu filho adolescente.
2. Orientação de adultos: Alguns psicólogos afirmam que a adolescência é uma fase em que se deve esperar uma tempestade emocional. Mas, hoje em dia, algumas cultura há pouca ou nenhuma evidência disso. Pesquisadores descobriram que nessas sociedades os jovens são integrados à vida adulta desde cedo. Eles convivem com adultos tanto no trabalho como socialmente e recebem responsabilidades de adultos. Expressões como "cultura jovem", "delinquência juvenil" e até mesmo "adolescência" não existem.
Será que seu filho adolescente tem amizade com um ou mais adultos que são bons conselheiros e têm os mesmos valores que você? Não tenha ciúmes desse tipo de influência positiva. Ela pode ajudar seu filho a fazer o que é certo. Em Provérbios 13:20 está escrito: "Quem anda com pessoas sábias tonar-se-á sábio."
3. Senso de responsabilidade: Em geral, os adolescentes ficam ansiosos para assumir responsabilidades, especialmente quando sentem que fazer isso envolve trabalho significativo. Isso não apenas os treina para se tornarem adultos responsáveis no futuro, mas também trás à tona o que há de melhor neles agora.
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